Sete campi trabalham integrados no primeiro polo de extensão do IF-SC PDF Imprimir E-mail
Escrito por Jornalismo   
Qua, 22 de Junho de 2011 02:41
Mudar para melhor a realidade de um local ou uma comunidade. Este é o objetivo de um polo de extensão, que congrega projetos articulados entre si, de áreas diferentes, em benefício da população. Para alcançar este objetivo, sete campi do IF-SC trabalham em conjunto, desde 2010, na comunidade de remanescentes quilombolas de Santa Cruz, no município de Paulo Lopes, e formam o primeiro Polo de Extensão do IF-SC (Poloex). Fazem parte desta iniciativa alunos e servidores da Reitoria e dos campi Araranguá, Florianópolis, Florianópolis-Continente, Garopaba, Jaraguá do Sul, Joinville e Palhoça-Bilíngue.

Localizada a 50 quilômetros de Florianópolis, a comunidade de remanescentes quilombolas de Santa Cruz – também conhecida como “a Toca” – tem 128 habitantes, que moram em 24 casas dispostas ao longo de uma estrada de terra de cerca de um quilômetro. Os moradores fazem parte de três núcleos  familiares que se autorreconheceram como quilombolas.

As comunidades quilombolas são grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas e com ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida, conforme Decreto nº 4887/03. Essas comunidades possuem direito de propriedade de suas terras consagrado desde a Constituição Federal de 1988.

Atuando na “Toca” há aproximadamente um ano, o IF-SC mantém seis projetos de extensão em desenvolvimento, além de outras dez propostas de projeto ainda não iniciadas. As áreas de atuação são diversas e vão desde o levantamento da história local dos moradores até o de habitação com melhoria das condições sanitárias das casas. “Essa é a essência de um polo: um local onde se fazem projetos articulados de ensino, pesquisa e extensão”, define o diretor de Extensão do IF-SC, Clóvis Petry.

No entanto, ainda que a proposta de um Poloex seja reunir iniciativas para mudar a realidade da comunidade, a proposta não é de caráter assistencialista e é desenvolvida com projetos articulados entre si. “O polo não é permanente. Por isso nossa atuação se dá com a comunidade de acordo com o que ela entende que deseja e precisa", a responsável pela área de Relações Comunitárias do IF-SC, Silvana Maria Frigotto.

Além dos servidores que coordenam os projetos de extensão em Paulo Lopes (veja a relação dos projetos e servidores abaixo), também alunos do IF-SC participam como bolsistas, parceiros nas atividades. Para a aluna do curso técnico em Cozinha do Campus Florianópolis-Continente Luna Cassel Trott, a participação no Poloex tem sido gratificante. “Eu nunca havia visitado uma comunidade quilombola e ter contato com as histórias e a realidade deles é muito interessante”, explica a bolsista do projeto de História Oral.

Já para o estudante Luis Eduardo Capistrano Nunes, que atuou como bolsista no projeto de Habitação com o levantamento das condições sanitárias das casas da comunidade, o Poloex foi uma fonte de aprendizado. “Com o projeto foi possível unir a teoria da sala de aula e a prática aplicada numa comunidade que está realmente precisando”, diz o estudante do curso superior de tecnologia em Construção de Edifícios do Campus Florianópolis.

O Poloex da “Toca” irá entrar, no segundo semestre deste ano, na fase de avaliação das atividades realizadas até o momento. Porém, ainda há tempo para inclusão de novos projetos no polo de extensão. Se você quiser propôr um novo projeto ao Poloex de Paulo Lopes, entre em contato com a Diretoria de Extensão do IF-SC pelo e-mail Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.

Confira, abaixo, a lista de projetos que já fazem parte do Poloex.

Em desenvolvimento:


Costura e moda – promovido pelo Campus Jaraguá do Sul e coordenado pela professora Mara Rúbia Theis, do curso técnico em Design e Produção de Moda. Por meio de oficinas realizadas dentro da comunidade, os participantes aprendem e aprimoram técnicas de costura manual e de confecção de peças, contribuindo para a auto-estima dos moradores e tornando-se uma forma de geração de renda.

Habitação – promovido pelo Campus Florianópolis e coordenado pelo professor João Batista Fonseca, do curso superior de tecnologia em Construção de Edifícios. Após visitas realizadas às casas da comunidade serão desenvolvidos projetos de melhoria sanitária do local, como a construção de banheiros e a implantação de fossas e filtros.

Meio-ambiente
– promovido pelo Campus Florianópolis e coordenado pela professora Beatriz Zoucas, do curso técnico em Meio Ambiente. O objetivo é promover a sustentabilidade alimentar, incentivando o cultivo de alimentos em hortas e canteiros produtivos.

Saúde – promovido pelo Campus Florianópolis e coordenado pela professora Rosane Aparecida do Prado, do curso técnico em Enfermagem. Por meio de ações educativas na área da saúde, o objetivo é disseminar hábitos de higiene e de prevenção a doenças, como as cardíacas e as anemias ferropriva e falciforme.

Artesanato – promovido pelo Campus Avançado Palhoça-Bilíngue e coordenado pela professora Janai Pereira. O objetivo é ensinar os moradores a confeccionarem bonecas do tipo abayomis e trabalhar a temática da cultura afro-brasileira – que está diretamente relacionada com a história da comunidade local – e, ainda, proporcionar uma forma de geração de renda.

História Oral – promovido pelo Campus Florianópolis-Continente e coordenado pela professora Cláudia Hickenbick, da área de História. O projeto tem o objetivo de recuperar e manter a história da comunidade, que se encontra na memória dos moradores mais antigos.

Outras propostas:

Alfabetização – promovido em parceria pelos campi Joinville e Jaraguá do Sul. Devido à grande quantidade de adultos que não sabem ler ou escrever, o objetivo é promover a alfabetização desses adultos e aproximar a própria comunidade da vida escolar.

Educadores Sociais e Elaboração de Projetos – promovido pelo Campus Araranguá e coordenado pela professora Fabiana Besen, do curso técnico em Produção de Moda.

Inclusão Digital – promovido pelo Campus Avançado Garopaba e coordenado pelo professor Luiz Antonio Schalata. Por meio de aulas realizadas em uma associação vizinha à comunidade, esta iniciativa tem o objetivo de aproximar os moradores do mundo da informática, uma vez que as condições de uso de computadores e acesso à internet no local são bastante prejudicadas.

Panificação e Hospedagem
– promovido pelo Campus Florianópolis-Continente e coordenado pela professora Alice Nogueira Novaes Southgate, o projeto tem o objetivo de capacitar os moradores nas áreas de panificação e hospedagem.

Arca das Letras e Sorria Quilombola – promovidos pela área de Relações Comunitárias do IF-SC (Reitoria) e coordenado pela servidora Silvana Maria Frigotto.

Mobilização Comunitária – promovido pelo Campus Joinville e coordenado pelo professor Miguel Tobias Bahia.

Condições de Saneamento e Banco de Dados Quilombolas SC
– promovidos pela Reitoria e coordenados pelo servidor Nelson Granados Moratta.

Diagnóstico participativo sócio-econômico – promovido pelo Campus Joinville e coordenado pela servidora Maria da Conceição Epitácio dos Santos.
Última atualização ( Seg, 27 de Junho de 2011 01:41 )
 
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